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Assim que pisei no Benin, a vontade de chorar veio forte. Um nó na garganta que não sei de onde vinha. Tudo parecia estar bem, mas sentia algo que ainda não compreendia, algo que talvez eu precisasse descobrir, enxergar, entender.

Depois de compartilhar o que estava sentindo e receber uma mensagem de uma amiga e cliente muito especial, foi como se Deus falasse comigo através dela. Suas palavras trouxeram respostas para as dúvidas do meu coração, e uma paz profunda me envolveu.

No dia seguinte, acordei serena, grata, me sentindo eu mesma novamente, abençoada pela vida que tenho e pela oportunidade única de estar lá, algo que talvez poucos tenham. 

Benin é, sim, um lugar de privação material, com uma história marcada por uma dor profunda. Por séculos, o antigo Reino de Daomé foi um dos maiores centros do tráfico de escravizados, de onde incontáveis navios partiram levando vidas e esperanças, inclusive para o nosso Brasil. Uma verdade difícil, mas essencial para entender a alma desse lugar.

Mas, apesar de toda essa dor, encontrei no Benin uma riqueza que vai além do material. Uma riqueza feita de sorrisos genuínos, histórias profundas e uma simplicidade que, muitas vezes, esquecemos de valorizar. 

Roteiro pelo Benin: de Cotonou, a maior cidade do país, a Ouidah, um testemunho do triste passado do comércio de escravizados  

Nosso roteiro pelo Benin começou em Cotonou, com visita a Dantokpa, considerado o maior mercado da África Ocidental. Esse mercado reúne todas as etnias do país e é um local onde se encontra absolutamente tudo.

De Cotonou, nos deslocamos para o norte, onde pegamos uma canoa motorizada até Ganvié, declarada Patrimônio da Humanidade e conhecida como a “Veneza africana”. A cidade foi fundada no século XVI como refúgio para a etnia Tofí que, dessa forma, evitava ser escravizada.

Seguimos até Porto Novo, a capital política do Benin e uma cidade histórica fundada pelos portugueses no século XV. O centro histórico está cheio de edifícios que, apesar de seu estado de conservação precário, revelam dados importantes sobre a história da cidade. Visitamos o bairro colonial e o mercado central, onde se destaca a mesquita de puro estilo afro-brasileiro.

Continuando a rota, chegamos à vila de Onigbolo, onde se encontra uma das etnias mais fascinantes do Benin: os holi, um povo de religiões tradicionais africanas que manteve, até os dias atuais, a tradição da tatuagem e escarificação corporal.

De lá, partimos em direção às colinas de Agonlin, uma região pouco conhecida do país, onde vivem duas etnias: os fon agonlin, agricultores de religiões tradicionais africanas, e os fulani, o povo nômade por excelência da África. Foi fascinante!

O próximo atrativo foi Abomey, uma cidade que respira história e realeza por todos os lados. Visitamos os palácios reais e o museu de arte e história, considerado Patrimônio da UNESCO. Em seguida, conhecemos os povoados de pescadores Bopa e Possotomé.

Já quase terminando a viagem, conhecemos Ouidah, o principal porto comercial e de tráfico de escravizados da África dos séculos XVII ao XIX. A cidade é candidata a Patrimônio da UNESCO por diversos atrativos, como a fortaleza portuguesa, o Caminho dos Escravizados e as habitações afro-brasileiras. Além disso, Ouidah é um dos centros espirituais do vodu. Todos os anos, no mês de janeiro, a cidade celebra o grande festival do vodu.

Estar no Benin me mostrou não só o quanto o país tem a oferecer, mas o quanto eu mesma ainda posso aprender e crescer. É como se cada momento me revelasse algo novo, uma vontade insaciável de fazer mais, de me abrir mais ao mundo.

Juro que não esperava sentir tudo isso. A cada dia que passava, a cada história que ouvia, sentia uma conexão profunda com esses irmãos de outras terras. Era uma mistura de alegria, tristeza, dor, indignação, admiração, reflexão e gratidão. 

Alegria por viver este momento único, tristeza pelas histórias de sofrimento, dor pelas marcas deixadas, indignação pela crueldade cometida. Mas também admiração pela resiliência dos povos, reflexão sobre os caminhos da humanidade e gratidão por ter a oportunidade de conhecer o Benin, aprender, sentir e testemunhar essa parte da história.

Viver é isso: estar aberto a tudo o que o passado e o presente têm a ensinar!

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