02/01 - Ortígia – o coração de Siracusa, passado e presente
Nesta segunda manhã do novo ano descobriremos Ortígia e conheceremos de perto esta pequena ilha piscatória. Vamos começar dando uma passada na feirinha livre. Ela é pequena, se comparada a outras feiras da Sicília, mas as bancas coloridas, os vendedores chamando os fregueses, os aromas das especiarias, enfim, tudo isso nos faz mergulhar na vida da gente local. Depois exploraremos o mercado local, passearemos pelos séculos na Catedral de Siracusa e nos maravilharemos com a obra-prima da Piazza del Duomo. À tarde desfrutaremos de uma animada apresentação do tradicional teatro de marionetes da Sicília, onde a língua não é barreira para o entretenimento. O resto do dia é dedicado para passearmos pela deliciosa mistura de camadas gregas, romanas, medievais e barrocas de Siracusa – ou sentarmos em um banco tranquilo do parque, para apreciar a vista para o porto. Ortígia é um daqueles lugares onde a gente não se cansa de voltar. Esta pequena ilha, que engloba o centro histórico de Siracusa e está conectada ao resto da cidade por meio de três pontes, é uma fusão de natureza, arte, história e mitologia. Imaginem que ali, por volta do ano 734 a.C, graças a uma fonte de água fresca e à baía formada pela costa, os Coríntios decidiram atracar seus navios e fundaram a cidade de Siracusa. Foi também em Ortígia que Arquimedes usou os famosos espelhos para incendiar os navios romanos. É muita história para uma ilhazinha de somente 1km² e que pode ser percorrida toda a pé em uma única manhã!
O Templo de Apolo: Ao chegar em Ortígia nos deparamos logo com as ruínas do Templo de Apolo, do século VI a.C, que passou por diversas transformações ao longo da história. Primeiramente, de templo passou a ser uma igreja no período bizantino, depois virou uma mesquita. Voltou a ser igreja no período normando, e então virou um quartel na época da dominação espanhola. Somente em 1860 foi descoberto o templo grego que existia naquele lugar, e então entre 1938 e 1942 os restos do templo foram escavados.
A Piazza Duomo: A praça principal de Siracusa, a Piazza Duomo, é algo que não pode ficar fora da lista do que ver em Ortígia. Quem já assistiu o filme Malena, de Giuseppe Tornatore, vai reconhecer esta praça, pois boa parte do filme foi gravada pelas ruas de Ortígia. Malena (Monica Bellucci) caminhava com seu salto alto, a saia justa, enlouquecendo os homens e despertando a ira das mulheres, neste filme lindo. Mas podemos também dizer que a Catedral de Siracusa, por si só, valeria o passeio em Ortígia. Sua fachada barroca, uma das últimas grandes obras deste estilo na Itália, foi construída após o terremoto de 1693, substituindo aquela normanda. Além disso, as paredes da igreja englobam as colunas do antigo templo dedicado à deusa Atena.
Fonte Aretusa e a Fonte de Diana: Uma atração de Ortigia é a Fonte Aretusa, ligada ao mito da ninfa Aretusa e do deus Alfeu. Diz a lenda que Alfeu, deus dos rios, filho de Oceano, se apaixonou por Aretusa depois de tê-la visto nua enquanto tomava um banho. Aretusa, porém, escapou das garras de Alfeu, refugiando-se na Sicília, onde foi transformada em uma fonte pela deusa Ártemis. Oceano, com pena de Alfeu, o transformou em rio para que ele pudesse percorrer o Mar Jônio, chegar a Siracusa e então unir-se à sua amada fonte. Há ainda outra fonte em Ortígia ligada a este mito. Trata-se da Fonte de Diana, que fica na Piazza Archimede. Ela representa a Ninfa Aretusa fugindo de Alfeu, enquanto Diana (Ártemis) a protege. Pernoite na ilha de Ortígia.
Incluso:
Café da manhã