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Texto escrito por Simone Florencio, consultora de viagens da Adventure Club

Há alguns dias, embarquei para uma viagem muito especial com a Adventure Club.

O propósito era conhecer a logística do roteiro, experimentar os hotéis e serviços que oferecemos e explorar um pouco mais os destinos que faziam parte da programação.

Da selva em Iguazú à bela região de Salta e Jujuy, passando pela encantadora vila de Purmamarca e o incrível deserto de sal em Salinas Grandes

Quando recebi o roteiro, o primeiro ponto que me chamou a atenção foi a descrição: “É um roteiro único e exclusivo, onde você poderá desfrutar de paisagens incríveis; onde irá adorar a sua gastronomia e vinhos de renome; e onde você descobrirá sua emocionante cultura e tradições”. 

Pra mim, o combo perfeito!

As paisagens com certeza foram o que mais surpreendeu em toda a viagem. Não apenas pela diversidade delas, mas, principalmente, pelas cores. Era tudo muito intenso. O verde da vegetação era muito verde, o terracota das montanhas era muito terracota, o azul do céu era muito azul e o branco do salar era muito branco. 

A gastronomia foi outro grande destaque. 

A Argentina é conhecida pela qualidade de suas carnes, mas o que mais me chamou a atenção foi o quanto é comum para eles produtos com leite de cabra. É doce de leite com leite de cabra, queijo de leite de cabra, manteiga feita com leite de cabra… O sabor é muito gostoso. Só de lembrar, dá água na boca! 

À parte do leite e da carne, dois pratos que gostei muito foram o tamal, que é como se fosse a nossa pamonha, mas com carne, e as humitas, que parecem ainda mais as nossas pamonhas, mas recheadas com queijo. E é claro que não poderiam faltar as empanadas. Mas lá, diferente de Buenos Aires e outros destinos argentinos, a carne usada no recheio não é moída, é uma carne cortada em faca. 

Falando sobre as experiências vínicas, vale destacar que a região de Salta é conhecida por seus deliciosos e renomados vinhos. A altitude dos vinhedos combinada com o clima seco e dias ensolarados cria condições ideais para a produção de vinhos intensos, sobretudo da variedade Torrontés. 

Em relação à cultura e às tradições, o norte da Argentina é muito mais parecido com outros países andinos, como Chile, Peru e Bolívia, do que com o restante do país. Música e danças folclóricas, rituais a Pachamama – a Mãe Terra –, artesanatos coloridos e festivais tradicionais são símbolos da rica herança cultural. 

Um pouco mais sobre o roteiro

Em Puerto Iguazú, cidade base para conhecer o lado argentino das Cataratas, me hospedei no maravilhoso Pristine Iguazú Luxury Camp. O hotel está imerso na Reserva Natural Puerto Bemberg e às margens do Rio Paraná, a aproximadamente 45 quilômetros do Parque Nacional do Iguazú.

O cheiro de terra molhada com o canto dos pássaros foi muito marcante.

São apenas nove quartos e todos eles distantes entre si, então você não escuta o barulho das pessoas, apenas o som da natureza. Já sabia que a reserva tinha uma grande variedade de aves e flora nativa, mas fiquei surpresa com a quantidade de borboletas. Eram muitas e de todos os tipos, tamanhos e cores. Tinha um mundo de borboletas ao meu redor!

As Cataratas, nem preciso dizer, um espetáculo! Não conheço o lado brasileiro (ainda), mas o lado argentino é surreal!

Antes de sairmos do Pristine, fizemos um passeio para Salto Yasy, uma queda d’água maravilhosa, que só é acessada por meios aquáticos. Foram 30 minutos para ir e 30 para voltar em lancha rápida pelo rio Paraná. Senti paz, senti gratidão e senti que Deus existe e fez essas paisagens únicas nos mínimos detalhes. 

Nosso próximo destino foi Purmamarca, um povoado construído nos arredores do Cerro de los 7 Colores. Nos hospedamos no El Manantial del Silencio, um hotel em estilo casarão. Purmamarca tem muito artesanato e um cheiro de tortilla bem marcante, bem parecido com San Pedro de Atacama, no Chile. 

O norte da Argentina é lindíssimo. As Salinas, um presente de Deus. Me emocionei quando cheguei à região do deserto de sal – as Salinas Grandes – porque a guia colocou uma música no carro, bem regional, que me tocou muito. Eu olhava aquela imensidão e pensava “Deus, como você é incrível!”. Foi tudo muito intenso, maravilhoso, especial. 

As salinas são a coisa mais maravilhosa desse mundo, porém uma região muito, muito, muito seca. Boca rachando, nariz seco, dificuldade de respirar, mas fui muito bem equipada com todos os hidratantes possíveis para tudo. Também passei um pouco mal por causa da altitude, mas nada muito sério. 

O Pristine Salinas Grandes Luxury Camp, onde me hospedei nas Salinas, é um acampamento de luxo em formato de cúpulas. Uma experiência totalmente imersiva em um dos locais mais bonitos que já vi em toda minha vida. Os serviços são personalizados para um máximo de 10 hóspedes por estadia.

Durante o dia, fizemos um passeio até a parte de extração de sal e, à noite, nos reunimos para observar as constelações e tirar fotos noturnas no salar.

Do Pristine, fomos para Salta. Que cidade linda! Qualidade de vida maravilhosa, tudo muito organizado e charmoso. 

Quem ama cachorro, como eu, tem um motivo a mais para gostar de lá e do pessoal da região. Os cachorros de rua (que são muitos!) são extremamente bem cuidados. Você vê os moradores colocando água e comida o tempo todo e até preparando lugares especiais para os bichinhos dormirem. 

Me apaixonei por Salta e por diversas vezes pensei em ir morar lá! 

De Salta para a pequena Cafayate, conhecemos o Vales Calchaquíes, um sistema de vales e montanhas corroídos pela erosão eólica, deixando figuras como a Garganta do Diabo, o anfiteatro e os castelos. Na Quebrada de las Conchas, fizemos um trekking lindíssimo. 

Em Molinos, tivemos a oportunidade de desfrutar de uma degustação de vinhos da adega mais antiga da Argentina e uma das mais altas do mundo – experiência do Museu James Turrell. 

A programação continuou com paisagens que mudavam a todo momento. Eram formações rochosas avermelhadas, montanhas coloridas e as famosas “quebradas” nos dando boas-vindas. 

Seguimos para Cachi, que preserva seu ar de interior. Pessoas sentadas na calçada e movimento tranquilo. Às 19h, já não tem mais ninguém na rua. Percorremos a “cuesta del Obispo”, um sistema de vales e montanhas com picos muito altos, como o Nevado de Cachi, com 6.380 metros acima do nível do mar. 

A viagem terminou em Salta, de onde voltamos para o Brasil. 

Que experiência espetacular! Recomendo essa viagem para quem gosta de contemplar a natureza, fazer atividades ao ar livre, tomar um bom vinho e comer bem. É um roteiro que exige certo condicionamento físico porque é tudo muito ativo, o tempo todo estamos andando e nos deslocando de um lugar para outro.

Salinas Grandes, na Argentina

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