A matéria de hoje faz parte da série Experiências da Equipe, um espaço criado para os parceiros da Adventure Club contarem um pouquinho sobre suas viagens e algumas das experiências que os transformaram.
Thalita Pereira | Analista de Produtos Internacionais
Desde muito pequena eu viajo e me considero privilegiada por isso. Uma boa parte da minha família vive na Bahia, nos municípios pertencentes à região da Chapada Diamantina. Fala se não é privilégio e dos grandes?
Eu me lembro que meu pai e meus irmãos faziam a programação da viagem e íamos em vários carros para lá e eu já ficava feliz só de saber que eu ia ter muita estrada pra admirar. Eu sempre fui pé no chão. Minha mãe vivia gritando: Thalitaa, cadê o chinelo? Mas, pra que chinelo se a gente pode aterrar os pés na areia, na grama, na terra e sentir a natureza firme e potente energizar o nosso corpo?
Meu mapa astral não me deixa mentir. Sou TERRA em tudo. Gosto de enraizar relações, de tornar profunda qualquer conexão que me atrai. Ao longo do meu crescimento e autoconhecimento, percebo que eu levo isso comigo até hoje. Não sou eu quem escolho as viagens que eu faço, são elas que me escolhem. São os lugares pelos quais eu já passei que me chamaram para conhecer suas raízes, histórias e culturas.
De todos os lugares nos quais eu já tive a oportunidade de estar, destaco três experiências inesquecíveis: Peru, Deserto do Atacama e África do Sul.
Eu nunca pensei visitar o Peru, até que eu recebi o convite para viajar a trabalho e conhecer as comunidades de Uros e Taquiles, localizadas ao longo do Lago Titicaca. Lá eu conheci a Rosalinda e sua família que, com muito amor e entrega, me receberam com um banquete de comidas diferentes e locais, me encheram de ensinamento sobre plantação e colheita das batatas e de como sobrevivem naquele povoado simples e sem estrutura. Pude dançar com os Taquilenhos e conhecer mais sobre a cultura de suas vestes.
No Atacama, pude sentir a força da natureza em sua pluralidade. Como um presente, o guia me falou sobre uma experiência pouco aproveitada pelos turistas e me perguntou se eu gostaria de conhecer os Monges de La Pacana – imponentes pilares de pedras que, pela erosão do vento, foram moldadas à semelhança à figura humana. Incrível! Eu lembro que nesse dia eu olhei para aquele céu azuuul sem fim e falei: Barbudão, tu capricha nas minhas experiências, hein? E não ficou só por isso. Pude sentir a força dos gêiseres, a secura do deserto e o poder dos cactos.
E para finalizar (se deixar eu escrevo um livro! rs), a experiência na África do Sul vai ficar marcada pra sempre na minha memória e no meu coração. Estar muito próximo das minhas raízes me fez respeitar ainda mais a minha história. Passei a admirar ainda mais Nelson Mandela, pela oportunidade de conhecer sua história na visita que fiz à sua casa, no bairro de Soweto, ao presídio na Robben Island, em Cape Town, e ao Museu do Apartheid, em Johanesburgo, que se dedica à memória do famoso sistema de discriminação racial que se tornou um marco no país. Claro que eu não posso deixar de mencionar o safári na savana, que me fez chorar ao ver um leão tão pertinho!
Com convicção, posso dizer que cada viagem nos transforma. Nos aguça os sentidos e nos faz encontrar dentro da gente a ressignificação e oportunidade de evolução. Já dizia Mário Quintana: “Viajar é mudar a roupa da alma”.
Material do arquivo pessoal cedido à Adventure Club em Setembro, 2020